Seminário sobre ordens sistêmicas da vida lota auditório do TJDFT
Juízes e operadores do Direito acompanharam na tarde desta segunda-feira (18) o seminário sobre constelações familiares e ordens sistêmicas da vida, com a palestra de Bert e Sophie Hellinger, especialistas do tema. A prática, descoberta e difundida pelo casal alemão, pode ser aplicada em diversas áreas da vida, entre elas o Direito.
“Sabemos que não é fácil quando um juiz precisa fazer escolhas. Como ele pode fazer isso da melhor forma? Ele precisa escutar ambos os lados e seguir seu coração”, disse Sophie. “Nesses muitos anos de constelações familiares, percebi que ninguém se torna juiz ou advogado apenas por sua vontade. Existe uma vocação interna no coração. Essa pessoa está fazendo algo pelo seu próprio sistema, que está relacionado com a injustiça de seus antepassados”, complementou.
Bert explicou que as constelações familiares são a conexão entre a vida e o passado. Não existe um objetivo formulado e fixo. “Significa uma abordagem completamente nova do desconhecido. Não é um ofício ou método, é um caminho para outro nível de consciência”.
Sobre como as constelações acontecem, Sophie disse que não é possível explicar com detalhes. “Talvez os físicos tenham chegado perto, pelo funcionamento dos campos de energia. Quando sabemos disso, a constelação vai acontecer com mais facilidade. Por isso, também oferecemos um curso de poder cósmico para o ‘constelador’. No caso de um juiz, por exemplo, podemos treinar a pessoa para que ela possa distinguir o que é correto ou não, independentemente do que as partes falem”.
Experiência no Brasil
O Brasil é um dos primeiros países do mundo a utilizar as constelações familiares no Judiciário para facilitar as conciliações e a resolução de conflitos em diversas áreas, pela iniciativa pioneira do juiz Sami Storch, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), que vem sendo replicada em diversos tribunais e também entre advogados e outros profissionais da mediação e conciliação.
Storch participou do evento em Brasília. “Estamos aqui para conhecer e aprender mais sobre ordens superiores, cujo conhecimento pode nos nortear na nossa missão de ajudar na pacificação da nossa vida e na vida de outras pessoas com as quais lidamos. A prática tem se mostrado eficaz em diversas áreas, como saúde, educação e Justiça, como norte para resolução de conflitos”, afirmou.
Além de Storch, compuseram a mesa de abertura do evento a juíza Aline Vieira Tomas, representando a AMB; o desembargador Eladio Lecey, representando a ENM, da AMB; o presidente da Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios (Amagis-DF), Sebastião Coelho; a diretora de Comunicação da Amagis-DF, Theresa Karina de Figueiredo Barbosa, e o secretário-geral da Enfam, desembargador Fernando Cerqueira.
O seminário foi promovido pela ENM e Amagis-DF, com apoio do TJDFT. A coordenação foi dos juízes Sami Storch (TJBA) e Sandra Silvestre (TJRO).
Constelações familiares e ordens sistêmicas Terapeuta e filósofo alemão, Bert Hellinger é criador das constelações familiares e descobridor de ordens sistêmicas que regem a vida e os relacionamentos, as denominadas “ordens do amor”. Ele descobriu como membros de um sistema familiar seguem padrões e destinos trágicos de seus antepassados por meio de vínculos inconscientes e desenvolveu uma ciência pela qual essas dinâmicas ocultas (emaranhamentos sistêmicos) podem vir à consciência e ser tratadas rapidamente.
O filósofo é, ainda, autor de mais de 83 livros traduzidos em 30 idiomas. Sua abordagem inovadora vem ganhando cada vez mais espaço no meio psicoterapêutico e também na área da educação, medicina, coaching, consultoria empresarial, entre outras. Aos 90 anos de idade, Bert Hellinger continua viajando o mundo ao lado de sua esposa Sophie Hellinger, ensinando a prática das constelações familiares para milhares de pessoas.
Luciana Salimen
por Escola Nacional da Magistratura, em 19 de abril de 2016