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Revolução Constitucionalista foi tema da Conferência Temática da Escola Nacional da Magistratura

Revolução Constitucionalista foi tema da Conferência Temática da Escola Nacional da Magistratura

Evento foi transmitido no canal da ENM no YouTube. Clique aqui.

A Escola Nacional da Magistratura (ENM) promoveu a Conferência Temática sobre Revolução Constitucionalista, celebrada em 9 de julho. O evento foi realizado nesta quinta-feira (8) e transmitido no canal da ENM no YouTube. O debate reuniu a pesquisadora Ana Prestes e o desembargador Rogério Medeiros e contou com a mediação dos magistrados Luciane Buriasco e Marcelo Piragibe. Os palestrantes do evento foram o desembargador José Renato Nalini e o professor Marcelo Abreu.

A Revolução Constitucionalista foi um movimento armado em 9 de julho de 1932, liderado pelo Estado de São Paulo, que defendia uma nova Constituição para o Brasil do Governo Provisório de Getúlio Vargas. Durante quase quatro meses, os paulistas entraram em confronto com tropas fiéis a Vargas e, isolados, foram derrotados. O levante não foi em vão, pois, em 1934, era promulgada a nova Constituição brasileira.

O desembargador José Roberto Nalini avaliou que o ano de 1932 serve para ser lembrado não por culto ao passado, ou por amor a nostalgia, mas para que o Brasil de hoje tenha noção de um determinismo para mudar a realidade atual. Aquele ano deixou uma lição de nacionalidade brasileira.

“É muito importante a gente mergulhar na história de 1932 para verificar ali alguma flama ou fagulha que permita nacionalidade pensar como todo, pensar no futuro do Brasil, um país enorme que permaneceu unido, o Brasil preservou a língua e o território… Se o povo sabe o que quer, se o povo sabe aonde deve ir, ninguém segura o povo”, avaliou o desembargador que acrescentou ainda: “é muito importante que nós pudéssemos legar por 32 essa lição da nacionalidade brasileira, essa cidadania que viu escancarada sua miséria e sua exclusão”.

O professor Marcelo de Abreu da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais destacou a fomentação da produção intelectual na década de 30. Uma das promessas da Revolução era a Constituição de 1934.

“Foi um manancial enorme de textos que foram produzidos durante o ano de 1932, são obras de poesias e de outros gêneros. Muitas memórias. Foram 111 títulos, a historiografia gastou muita tinta para explicar esse período”, afirmou o professor.
A pesquisadora Ana Prestes destacou como importante personalidade da época a primeira deputada federal do país, Carlota Pereira de Queirós, eleita pelo voto popular.

“A década de 30, os sete primeiros anos, o que aconteceu ali ecoa até hoje. Os eventos políticos não podem ser analisados de forma unilateral. A Carlota Pereira defendia que a mulher tinha direito ao voto com algumas condições, que eram ligadas ao Constitucionalismo de 1932, como por exemplo, a reverência a bandeira”, avaliou.

por Escola Nacional da Magistratura, em 9 de julho de 2021